Março de 2020, estudo feito pelo Trocando Fraldas com mais de 3600 brasileiras entre outubro e novembro de 2019: O coito interrompido é o ato de o homem retirar o pênis da vagina antes de ejacular, limitando as chances de o esperma atingir o óvulo. É um método que não requer muito estudo para entender como funciona, mas uma ação que deve ser muito pensada antes de ser praticada devido aos riscos que envolve, como doenças e até mesmo uma gravidez indesejada.
Além disso, essa prática não é 100% segura, tendo em vista que nem todo o esperma é liberado na hora do clímax. Uma pesquisa feita pela Universidade de Princeton nos Estados Unidos alerta que, para evitar uma gravidez indesejada e a transmissão de doenças, o melhor é não usar essa técnica. Pois o coito interrompido pode sim engravidar! Mesmo assim, descobrimos em nosso estudo que 33% das mulheres não sabem que o líquido seminal que sai antes da ejaculação pode engravidar. Porém, o conhecimento sobre esse fato é maior nas mulheres entre 30 e 40 anos.
O coito interrompido e a gravidez
Alguns médicos vêem o coito interrompido como um método ineficiente para o controle de natalidade, além de não indicarem essa prática, tendo em vista que ela pode levar a distúrbios tanto no homem como na mulher.
Porém mesmo sabendo sobre essas informações, homens e mulheres continuam a praticá-la, conforme comprovado pelo estudo, 2 em cada 3 entrevistadas já praticou o coito interrompido como método contraceptivo. 44% das entrevistadas até já praticaram fora de relacionamento estável.
Você já praticou o coito interrompido?
- 1 em cada 3 não sabe que é possível engravidar com o líquido que sai antes da ejaculação durante o coito interrompido.
- Por outro lado, 5 em cada 8 mulheres tem medo de engravidar ao adotar o método.
- Esse medo independe da idade das entrevistadas e é bem maior nas mulheres que não querem ter filhos, 83%.
- 26% das entrevistadas até chegaram a engravidar após um ciclo em que praticaram o coito interrompido.
- 1 em cada 6 que engravidou após coito interrompido perdeu o bebê ou abortou.
Você engravidou após praticar o coito interrompido?
Motivos da realização da prática
- O principal motivo para a execução dessa prática é o fato de que 41% das entrevistadas não gostam de usar camisinha.
- Em 1 de cada 6 casos, o parceiro impõe a sua vontade por não gostar da camisinha.
- A rejeição da camisinha é mais comum entre as faixas etárias mais novas.
- A avaliação da não necessidade de algum método contraceptivo pela mulher, e da camisinha pelos homens aumenta significativamente a partir dos 40 anos, embora uma gravidez seja ainda possível.
Por quais motivos já optou pelo coito interrompido?
Gravidezes por estado
No Brasil, educação sexual não é um assunto fácil de ser discutido. Por ser um país imenso, questões culturais, religiosas e políticas interferem no esclarecimento da sexualidade. Além disso, existem inúmeras discussões sobre os responsáveis por falar da educação sexual: seria a família ou a escola?
Todas essas características, além da dificuldade da chegada de informação nos estados que se consideram do interior, interferem nos percentuais da prática do coito interrompido e dos casos de gravidezes no país.
- O Acre é o estado campeão da técnica, e 42% das entrevistadas já engravidou com essa prática.
- Em São Paulo e no Rio Grande do Sul, menos de 25% das entrevistadas já engravidou ao realizar essa técnica.
- Já no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul mais de 30% das mulheres engravidou através dessa prática.
Ranking das gravidezes indesejada por estado
- 1.Acre
- 2.Mato Grosso do Sul
- 3.Sergipe
- 4.Mato Grosso
- 5.Espírito Santo
- 6.Amazonas
- 7.Amapá
- 8.Pernambuco
- 9.Tocantins
- 10.Rondônia
- 11.Pará
- 12.Alagoas
- 13.Goiás
- 14.Paraná
- 15.Maranhão
- 16.Rio de Janeiro
- 17.Paraíba
- 18.Piauí
- 19.Ceará
- 20.São Paulo
- 21.Minas Gerais
- 22.Bahia
- 23.Santa Catarina
- 24.Roraíma
- 25.Rio Grande do Norte
- 26.Distrito Federal
- 27.Rio Grande do Sul
Prática de coito interrompido pelo Brasil
- Novamente o Acre é o estado campeão, com o maior número de pessoas que realizam o coito interrompido, 79%.
- No Rio de Janeiro, Mato Grosso e Goiás, mais de 70% das mulheres já utilizou essa técnica.
- Já no Espírito Santo, Amapá e Roraima, o número é baixo, e menos da metade pratica a técnica.
Índice da prática de coito interrompido por estado
Método de Pesquisa
O estudo teve abrangência nacional e foi realizado com aproximadamente 3600 entrevistadas em outubro e novembro de 2019. O método de coleta de dados foi feito por meio de questionário em formulário na internet.
As seguintes questões foram abordadas:
- Você já praticou o coito interrompido (relação desprotegida com ejaculação fora)?
- Você já praticou o coito interrompido fora de um relacionamento estável?
- Por quais motivos já optou pelo coito interrompido?
- Você teve medo de engravidar ao usar o coito interrompido?
- Você engravidou após praticar o coito interrompido?
- Você sabia que o líquido que sai do pênis antes da ejaculação pode engravidar?
Para efeitos de comprar os resultados entre regiões e estados, as respostas das perguntas afirmativas foram contabilizadas em números, 1 para “sim” e 0 para “não”. Algumas perguntas, com objetivo de obter resultados mais qualitativos, foram elaboradas com mais opções.