Cerca de 15 dias antes do bebê nascer, a mulher já pode entrar em uma condição clínica chamada de pré-parto1 – principalmente as mães de primeira viagem (primigestas). É importante saber os sintomas desse período e o que fazer para se preparar da melhor forma para o grande dia.
Isso minimiza o estresse e as complicações possíveis do final da gravidez e do trabalho de parto. Todo o cuidado pré-natal, que inclui o pré-parto, proporciona saúde e qualidade de vida para a mulher, assim como o cuidado pós-parto. Alguns incluem, por exemplo, aulas com parteiras e exercícios de ginástica.
O que é exatamente o pré-parto no seu corpo? É quando o bebê se mexe e começa a colocar-se na posição ideal para o parto normal. Isso acontece, em média, a partir da 35ª semana da gravidez. O bebê se volta para a parte de baixo da barriga, o que faz a pressão interna passar do diafragma para a bexiga.
Assim, os sintomas de falta de ar são aliviados, mas, por outro lado, a necessidade de ir ao banheiro se intensifica2. Às vezes, os sintomas pré-parto podem aparecer no mesmo dia do parto, ainda mais se não for à primeira gravidez. Veja outros sintomas relacionados e essa fase:
- Cólicas e dores na virilha
- Perda de peso (cerca de um quilo) ou nenhum ganho
- Picos e baixas de energia
- Redução dos movimentos fetais
- Muco vaginal em maior quantidade e mais espesso
- Expulsão do tampão mucoso
- Muco com sangue ou rosado: o trabalho de parto já começou!
- Contração uterina cada vez mais frequente e forte
- Diarreia
Cada parto é único e nem sempre ocorrem todos os sintomas, nem ao mesmo tempo. Mesmo assim, há muito que fazer para se preparar e perder o medo!
Ginástica Pré-Parto
Alguns exercícios recomendados para aliviar os sintomas pré-parto geram benefícios não só para o bem-estar das grávidas, mas para todas as mulheres, em diferentes fases da vida. Temos, como exemplo de ginástica pré-parto, os exercícios de Kegel ou pompoarismo, algumas posturas de Yoga e Pilates e namorar também ajuda bastante.
IMPORTANTE: Beber bastante água antes e depois da ginástica, respirar bem, proteger as costas quando se levantar e descansar uma hora após se exercitar. Evitar se alongar demais.
Exercícios de Kegel
Conhecidos como exercícios iniciais de uma técnica oriental antiga, derivada do Tantra, os exercícios de Kegel ajudam a fortalecer o assoalho pélvico e os músculos do períneo, região que ficará sobrecarregada durante o parto. Eles também previnem as hemorroidas e ajudam na cicatrização do períneo. Esta ginástica pode ser feita em qualquer lugar, em qualquer posição3.
As instruções são: contrair os músculos em volta da vagina como se estivesse tentando interromper uma micção; segurar a contração, contando até cinco, depois relaxar por dez segundos. Repetir dez vezes.
Esta é uma série, que pode ser feita em sequência de duas a quatro vezes, sendo recomendável reservar dois horários por dia para fazer as séries. Pode ser feita desde o início da gravidez e até durante o pré-parto. Quanto mais prática, mais segundos pode durar o exercício.
Posições de Yoga
Considerada como uma ginástica moderada, a Yoga também contém algumas boas posturas para as pré-parturientes.
A “postura do gato” (Marjaryasana), fortalece os músculos abdominais e alivia as cólicas e dores das contrações no trabalho de parto. Ela é feita de bruços, com os joelhos apoiados no chão, mãos na mesma distância dos ombros e braços esticados, na posição “de quatro”.
Instruções: acompanhar a respiração inspirando e elevando as costas em forma de arco e contraindo o abdômen e glúteos. Soltar o ar devagar retornando à posição inicial. Pode ser repetida no seu próprio ritmo.
A “postura da borboleta” (Baddha Konasana), por sua vez, relaxa as articulações dos quadris, facilitando a preparação do corpo no pré-parto. Além disso, pode ajudar a abrir a pelve para a saída do bebê. Pode ser feita todos os dias antes de dormir.
Instruções: Sentar no chão, com as costas eretas ou encostadas na parede, os joelhos dobrados e as plantas dos pés encostadas uma na outra. Pressionar levemente os joelhos para encostar no chão, sem forçar seu limite.
A “postura da cadeira” (Utkasana) é outro exercício que ajuda a abrir a pelve, além de fortalecer os músculos das pernas. Com os pés ligeiramente afastados e coluna reta, deve-se inspirar elevando os braços esticados em frente ao corpo com as palmas voltadas para baixo, e depois expirar lentamente flexionando os joelhos. Há outras boas sequências de cócoras que são benéficas para gestantes.
Para quem tem uma bola de Pilates, uma dica é fazer a postura reservando 30 minutos do dia para assistir TV, por exemplo, sentada de cócoras na bola.
O que Fazer no Trabalho de Parto?
Não é incomum o medo diante do desconhecido no pré-parto. Surgem muitas dúvidas sobre o que fazer durante o trabalho de parto, como vai ser. Atualmente, já existem serviços de aulas pré-parto que acalmam as pacientes e deixam as futuras mães e acompanhantes bem-informados sobre os estágios do parto e como passar por isso de forma saudável.
Geralmente as aulas são uma reunião com um grupo dirigido por uma parteira ou outras pessoas especializadas em obstetrícia. São discutidos todos os aspectos da gravidez, do parto e da maternidade. As futuras mães também trocam informação entre si, o que contribui para o sentimento de acolhimento.
O trabalho de parto propriamente dito é dividido em três estágios: pré-trabalho de parto, período de expulsão e saída da placenta. No primeiro estágio, há as contrações de treinamento ou de Braxton-Hicks como é conhecido, que provavelmente já aconteciam semanas antes, indolores e por vezes imperceptíveis, mas agora acontecem a cada cinco minutos em média, durando até 60 segundos.
Não é necessário ir ao hospital nessa fase, que ainda permite à gravida caminhar e seguir com a rotina normalmente. O ideal é descansar o máximo que puder e comer refeições de fácil digestão.
Depois que as contrações ficam mais fortes, chegando a intervalos de três a quatro minutos, técnicas de respiração e de posições podem ajudar a controlar a ansiedade e a falta de ar. A gestante já pode estar no hospital nesta fase, e ela necessita de cuidados: algumas mulheres tremem, sentem frio, enjoo ou diarreia.
O útero vai dilatando até chegar a uma abertura de 10 cm, quando é considerada a entrada ao segundo estágio: o período expulsivo. Às vezes há um intervalo nas contrações entre o fim da primeira fase e início da segunda.
Momento da Expulsão
É a partir do período expulsivo que o útero começa a empurrar o bebê pela vagina no parto normal. A cada contração, é preciso fazer força para que ele desça cada vez, um pouquinho. Até que, pouco antes da cabeça sair, há uma sensação de ardor, e quando a cabeça já tiver passado pela vagina, não é preciso mais fazer força, o nascimento pode correr num ritmo mais lento sem o risco de machucados no períneo.
A última fase é a saída da placenta. Depois do nascimento do bebê, contrações menos intensas voltam para que a placenta se desprenda da parede uterina. Isso leva de cinco a quinze minutos, e o médico deve examinar atentamente a placenta e o líquido amniótico (que pode ser expulso antes do nascimento também) para se certificar de que não sobrou mais nada a ser eliminado. Provavelmente, a mãe não estará pensando nisso, pois é a hora de curtir o filho e alimentá-lo no seio pela primeira vez!
Veja Também: Trabalho de Parto – Como Reconhecer Que a Hora Chegou
Foto: Peggy_marco, Senado Federal